É com muita alegria e devoção que lembramos da nossa querida Santa Irmã Dulce, a primeira santa genuinamente brasileira tem seu dia comemorado nesta sexta-feira (13). A Santa Dulce dos Pobres foi canonizada pelo papa Francisco em 13 de outubro de 2019. A religiosa baiana foi a última pessoa do Brasil a ganhar o título de santa na Igreja Católica.
No total, o país tem 37 santos e santas. Estão na lista nomes como São Frei Galvão, canonizado em 2007, e Santa Paulina que foi canonizada em 2002, mas nasceu na cidade de Vigolo Vattaro, na Itália. Portanto, cabe à Irmã Dulce o título de primeira mulher brasileira a receber a honraria.
Nascida em Salvador, em 26 de maio de 1914, Santa Dulce dos Pobres foi batizada como Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes. Desde jovem, já demonstrava inclinação à vida religiosa e ao auxílio dos pobres. Em 1933, foi aceita como noviça na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, no estado de Sergipe.
Em 13 de agosto de 1933, a futura santa fez a profissão de fé e, enfim, se tornou freira —daí nasce sua data litúrgica. Escolheu o nome de Irmã Dulce, em homenagem à mãe, Dulce Maria de Souza Brito, morta quando a freira tinha apenas sete anos. No ano seguinte, a agora chamada Irmã Dulce voltou à capital da Bahia, onde teve a missão de ser professora.
A ajuda aos pobres foi a tônica da vida da religiosa. Um episódio, em especial, se destaca na vida de Irmã Dulce: em 1949, sem ter onde abrigar cerca de 70 pessoas doentes que recolhia das ruas, ela transformou o galinheiro do convento de Santo Antônio em um abrigo. O lugar, em 1960, se transformou no Hospital Santo Antônio, um dos maiores do Nordeste brasileiro.
O fato de ela ser a primeira santa legitimamente brasileira é motivo de orgulho. Mas creio que o que deve estar acima do fato de ser brasileira é o fato de ser santa, ou seja, o fato de ter buscado viver na radicalidade do Evangelho, principalmente no cuidado aos pobres. Não é à toa que ela é chamada de Anjo Bom da Bahia.
O Anjo Bom da Bahia viveu até os 77 anos, morrendo em 13 de março de 1992, em Salvador. Irmã Dulce foi uma grande pioneira. Ela fez tudo isso em uma época que a mulher era marginalizada e discriminada, e foi missionária, colocando a religião nas ruas. Ela se tornou um exemplo de fé pela espiritualidade, pela obediência e também pelo trabalho missionário, numa época em que as mulheres ficavam reclusas nos conventos. Ela levou o que aprendeu para uma prática de solidariedade.
Nesse momento terrível que temos passado por conta da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), é mais que necessário poder contar com nossa fé, principalmente nessa mulher que foi e continua sendo uma referência de amor e devoção à Cristo Jesus, graças a seus atos que ecoam pela eternidade.
Que possamos ter um coração bom como Santa Dulce, e imitar seus passos, apoiando uns aos outros, pra que assim, nossa caminhada seja mais leve rumo ao encontro do nosso Deus, que nunca nos desamparou e enviou os seus para nos acolher nos momentos mais escuros de nossas vidas.
Confira a oração à Santa Dulce dos Pobres:
“Senhor nosso Deus,
lembrados de vossa filha,
a Santa Dulce dos Pobres,
cujo coração ardia de amor por vós e pelos irmãos,
particularmente os pobres e excluídos,
nós vos pedimos:
dai-nos idêntico amor pelos necessitados;
renovai nossa fé e nossa esperança
e concedei-nos, a exemplo desta vossa filha,
viver como irmãos,
buscando diariamente a santidade,
para sermos autênticos discípulos missionários
de vosso filho Jesus.
Amém”!