A 1ª escola em tempo integral e bilíngue da rede pública estadual do Maranhão tem ganhado cada vez mais notoriedade, inclusive no meio acadêmico. Criado pela SEDUC
O professor Maranhense Leonardo Sarmento Travincas de Castro é um dos pesquisadores que tem utilizado o Iema Integral Bilíngue como fonte de pesquisa, para seu doutorado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), no curso de Letras, o qual está sendo oferecido remotamente, devido à pandemia da Covid-19. O título do projeto submetido é “ONCE UPON A TIME: contação de história como estratégia para a aquisição de inglês em contexto de escola pública bilíngue”.
“A pesquisa visa analisar o processo de aquisição do inglês por meio da estratégia de contação de histórias, sob uma ótica sociocultural baseada em Vygotsky, a qual preconiza um ensino lúdico e interativo. O Iema Integral Bilíngue é o palco ideal para a realização desse estudo na medida em que adota a mencionada perspectiva e, principalmente, por ser única no Brasil”, destacou o professor.
Leonardo Castro ressalta, ainda, a importância da pesquisa sobre o Iema Integral Bilíngue para o seu ingresso no doutorado. “Percebo que minha admissão no programa foi grandemente facilitada pelo local escolhido da pesquisa, o qual é reconhecido pelos meus professores e colegas de curso como uma referência na educação do país, um exemplo a ser seguido. Espero que, com essa pesquisa, possa contribuir com novas perspectivas para o ensino oferecido no Iema Bilíngue e nas demais escolas que adotem mais de um idioma como meio de instrução”, exprimiu.
Inaugurado em 2020, o Iema Integral Bilíngue é mais um importante passo do Programa Escola Digna na democratização da educação, com a implantação de um modelo de ensino que antes estava ao alcance apenas de estudantes da classe alta brasileira, mas que agora a população carente do Maranhão está tendo acesso.
A elaboradora do projeto e coordenadora de implantação da escola, professora Ingrid Costa, também é uma das pesquisadoras que desenvolve seu trabalho sobre o Iema Bilíngue, no seu mestrado na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ela explicou o seu interesse em pesquisar o instituto.
“O meu interesse pela pesquisa partiu por ser um projeto pioneiro e dentro desse âmbito, o meu trabalho será sobre o biletramento de crianças de 6 anos, de escola pública e moradores de uma comunidade carente, aqui do Rio Anil/Bequimão”, expressou.
Ingrid Costa destacou, ainda, que já iniciaram os trabalhos em consonância com as recomendações da Resolução 84/2020 do Conselho Estadual de Educação do Maranhão e do Parecer 02/2020 do Conselho Nacional, o que para ela significa estarem seguindo no rumo certo. “Estamos empenhados em fazer nosso melhor e temos recebido muitos elogios pela iniciativa do nosso governo e pela maneira como temos desenvolvido nosso trabalho, mesmo em tempos de pandemia”, concluiu.
O mestrando da Universidade de Taubaté, em São Paulo (UNITAU), Rafael Oliveira, também tem feito suas pesquisas sobre a escola bilíngue e em tempo integral da rede pública estadual do Maranhão. “A minha pesquisa será sobre o material que está sendo elaborado para atender a demanda que temos na escola. É necessário conceituar o que de fato é ensino bilíngue ou que tipos de ensino bilíngue existem. Essa conceituação não pode deixar de lado o método e material utilizado pelas instituições. Então, investigar a adequação desse material aos novos parâmetros exigidos pelos órgãos de educação, será o foco da minha pesquisa”, ressaltou.
Questionado sobre como se sente ao ter a primeira escola pública a ofertar ensino bilíngue em tempo integral sob a mira de pesquisadores do país, a resposta é: “imensamente lisonjeado em saber que um projeto idealizado e desenvolvido por profissionais da nossa rede, aqui em nosso estado, esteja ganhando cada vez mais destaque, também, no meio acadêmico. Isso demonstra a qualidade do modelo e nos enche de orgulho para seguir o projeto de expansão, que é nosso objetivo. Acredito muito no modelo e que ele continuará servindo de inspiração para outras redes públicas, de que é possível, sim, ofertarmos mais para nossas crianças”, expressou Felipe Camarão.
Fonte: SEDUC