Nas últimas décadas o discurso político maranhense se resumiu a situações: o apoio e a crítica ao atual governo, promessas de um governo melhor e assistência social na veia travestida de qualidade no serviço público e “desenvolvimento econômico fajuto”. Independente da orientação política, todo postulante a cargo ou grupo tem sempre esses fundamentos como paradigmas. A mesmice política, que não é uma exclusividade do Maranhão, por aqui inunda a classe política, abunda nas eleições e afoga qualquer chance de mudança ou avanço.
Na última sexta-feira (18) o secretário maranhense de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, aparentemente parece ter rompido com esse círculo vicioso. Em entrevista concedida no Brisamar, Simplício conseguiu o feito de falar de política estadual por quase duas horas sem atacar adversários, sem falar em inchaço da máquina, sem prometer obras mirabolantes e, inacreditavelmente, enaltecendo a independência da sociedade enquanto única saída para o desenvolvimento do estado.
O secretário de Indústria e Comércio demonstrou conhecimento diferenciado do ambiente econômico do estado e apontou soluções que dificilmente são colocadas por seus iguais.
Falou de corredores de produção, fugiu da nacionalização vazia da política local, prometeu rever a questão tributária no estado, deu ênfase no desenvolvimento de cadeias produtivas, elencou a avicultura como a nova fronteira do agronegócio no estado, falou em regularização fundiária e da modernização da burocracia ambiental e outras situações incomuns na política local.
Pode ser apenas faz de conta? Claro que pode. O caso é que nem mesmo esse faz de conta o Maranhão tinha no que diz respeito à economia antes da chegada de Simplício Araújo no debate local.
Para quem está cansado da mesmice, o pré-candidato aponta para um horizonte em que o debate não seja resumido a propostas vazias, assistência social calhorda e acusar adversários do que sempre fez.
É esperar e torcer para que o debate, finalmente, amadureça no estado…