Profissionais da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) de São Luís que atuam nas unidades de urgência e emergência participaram, na manhã deste sábado (14), de um treinamento para, de maneira pioneira, implantar em São Luís, o protocolo de trombólise no infarto agudo do miocárdio (IAM). O IAM é geralmente causado pela obstrução de uma artéria do coração por um coágulo, assestado em uma placa de gordura rompida.
A dissolução do coágulo pelo medicamento trombolítico promove a desobstrução da artéria, restabelecendo o suprimento de sangue para o músculo do coração. Este procedimento, que deve ser instituído com a maior brevidade possível, reduz significativamente o risco de morte e de sequela cardíaca no paciente acometido, permitindo ainda que o mesmo seja submetido a um cateterismo posteriormente, de forma mais eletiva, para complementar a desobstrução da artéria relacionada ao infarto.
O modelo que será implantando na capital maranhense já é utilizado em inúmeros hospitais de todo o Brasil e segue orientações das diretrizes internacionais. A capacitação contou com presenças dos médicos cardiologistas Dr. Mauro Fonseca, Dr. Francisco Monteiro e Dr. Nilton Santana, respectivamente, presidente, diretor científico e diretor administrativo da Sociedade Brasileira de Cardiologia, seccional do Maranhão.
De acordo com a secretária municipal de saúde, Natália Mandarino, o objetivo é melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes com infarto do miocárdio na rede municipal, reduzindo os riscos de morte e de sequelas, como a insuficiência cardíaca (coração fraco). “Todos na tratativa tomaram conhecimento do protocolo que deverá, doravante, nortear o atendimento aos pacientes com esta grave enfermidade. No nosso meio, embora a abordagem por cateterismo (angioplastia) já esteja disponível há anos no SUS, fatores ligados à demora no atendimento, regulação e deslocamento para o hospital realizador do procedimento fazem com que um tempo precioso seja perdido e o benefício dessa forma de tratamento diminua significativamente, com piora do prognóstico do paciente”, informou Mandarino.
Nesse sentido, de acordo com a secretária, é vital, literalmente, que o paciente possa ser tratado imediatamente após o diagnóstico, ainda na unidade do atendimento inicial, com o trombolítico, para o qual já há farta evidência científica em termos de redução de mortalidade e complicações futuras, para só depois ser submetido ao cateterismo e tratamento complementar da obstrução, com benefícios adicionais imediatos e a longo prazo.
Na capital maranhense, uma parte dos recursos para implementação desse programa é oriunda de emenda parlamentar destinada por deputados federais e vereadores, com destaque para a nova e promissora gestão da SEMUS, na pessoa da Dr.ª Natália Mandarino.
Por Mauro Vagner